Em nossa vivencia diária
entendemos e utilizamos a palavra energia como algo sempre relacionado ao
movimento. Por exemplo, para um automóvel funcionar ele precisa de combustível,
para o ser humano trabalhar e realizar seus afazeres diários ele tem que se
alimentar. Aqui associamos tanto o combustível quanto a alimentação à energia.
A partir de agora caminharemos para uma definição mais precisa de energia.
O
movimento de um carro, de uma pessoa ou de qualquer objeto possui energia, esta
energia relacionada ao movimento recebe o nome de energia cinética. Um corpo em
movimento, possuindo energia cinética, pode realizar trabalho ao entrar em
contato com outro corpo ou objeto e transferir energia para ele.
No
entanto, um objeto em repouso também pode possuir energia, o que torna
insuficiente apenas relacionar o conceito de energia ao movimento. Por exemplo,
um objeto em repouso a uma determinada altura em relação ao solo possui
energia. Este objeto, quando abandonado, inicia um movimento e aumenta de
velocidade com o passar do tempo, isso ocorre porque a força peso realiza um
trabalho e faz com que ele entre em movimento, ou seja, adquira energia
cinética. Diz-se que um objeto em repouso possui uma energia denominada energia
potencial gravitacional, que varia conforme sua altura em relação ao solo.
Outra
forma de energia é a energia potencial elástica, presente em uma mola
comprimida ou esticada. Quando comprimimos ou esticamos uma mola, realizamos um
trabalho para conseguir a deformação e podemos observar que, depois de solta, a
mola adquire movimento – energia cinética – e volta para a sua posição inicial
onde não estava esticada nem comprimida.
Portanto,
de forma mais específica, podemos dizer que a energia cinética é a energia ou
capacidade de realizar trabalho devido ao movimento e que energia potencial é a
energia ou capacidade de realizar trabalho devido à posição.
Em
mecânica, há duas formas de energia potencial: uma associada ao trabalho do
peso, denominada energia potencial gravitacional, e outra relacionada ao
trabalho da força elástica, que é a energia potencial elástica. Agora vamos
estudar com mais detalhes essas duas formas de energia potencial.
1.
Energia Potencial Gravitacional
É a
energia associada à posição em que o corpo se encontra. Observe a figura 1 e
considere o corpo de massa m inicialmente em repouso no ponto b. O corpo se
encontra a uma altura h em relação ao solo a. Quando abandonado a partir do
repouso, devido a sua massa, a força peso realiza um trabalho sobre o corpo e
ele adquire energia cinética, ou seja, começa a se movimentar.
O trabalho que o peso da esfera
realiza permite medir a energia potencial gravitacional, então vamos calcular
trabalho.
Considerando
o ponto a como o ponto de referência, o deslocamento de b até a é dado por h,
sendo o módulo da força peso dado por P = m.g e o ângulo entre a direção de
aplicação da força peso e o deslocamento α = 0º, pois ambos estão na mesma
direção, basta aplicar a definição de trabalho (τ):
τ=F.d.cosα
Sendo F
igual à força peso P=mg, o deslocamento d = h e α = 0º (cos 0º = 1),
substituindo na equação 1, teremos:
τ=F.d.cosα
τ=m.g.h.cos 00
τ=m.g.h.cos 00
τ=m.g.h
Assim,
a energia que relaciona a posição de um objeto ao solo, Energia Potencial
Gravitacional, é calculada por:
EP=m.g.h
Equação
2: Energia Potencial Gravitacional
Em que:
Ep:
energia potencial gravitacional;
g: aceleração gravitacional;
m: massa do corpo.
g: aceleração gravitacional;
m: massa do corpo.
2.
Energia Potencial Elástica
Considere
o sistema massa-mola da figura 2, onde temos um corpo de massa m preso a uma
mola de constante elástica k. Para deformar a mola devemos realizar um
trabalho, pois temos que empurrá-la ou esticá-la. Quando fazemos isso, a mola
adquire energia potencial elástica e, quando solta, realiza um movimento
voltando para a sua posição inicial, onde não havia deformação.
Para obtermos a expressão
matemática da energia potencial elástica devemos proceder da mesma forma que
fizemos para a energia potencial gravitacional. Então, obteremos a expressão da
energia potencial elástica armazenada num sistema massa-mola pelo trabalho que
a força elástica exerce sobre o bloco.
Quando
o sistema massa-mola está no ponto A, não temos deformação na mola, ou seja,
ela não está esticada nem comprimida. Assim, quando o esticamos até B, surge
uma força, denominada força elástica, que faz com que, quando abandonado, ele
volte para A, sua posição inicial. O módulo da força elástica exercida pela
mola sobre o bloco é dado pela Lei de Hooke:
Fel =
k.x
Em que
Fel indica a força elástica, k é a constante elástica da mola e x é o valor da
contração ou alongamento da mola.
O
trabalho da força elástica para um deslocamento d = x é dado por:

Assim,
a energia associada ao trabalho da força elástica, Energia Potencial Elástica,
também é dada por:

Em que:
Eel:
energia potencial elástica;
k: constante elástica da mola;
x: deformação da mola.
k: constante elástica da mola;
x: deformação da mola.
Observa-se
que a esfera de massa m suspensa em relação ao solo e o sistema massa-mola,
quando esticado ou comprimido, possuem capacidade de realizar trabalho, pois
eles têm energia armazenada devido a sua posição. Essa energia armazenada
devido à posição é denominada Energia Potencial.
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